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Apr 29 2014

Introdução ao Desenho de Som

Introducao ao desenho de som

A  Semana ABC 2014 que acontece de 07 a 09 de maio na Cinemateca Brasileira em São Paulo, trás este ano em paralelo à sua programação, um espaço para divulgação e lançamento de livros ligados a área do audiovisual. Em destaque, o lançamento do livro: “Introdução ao Desenho de Som: uma sistematização aplicada na análise do longa-metragem Ensaio sobre a Cegueira” de Debora Opolski.

“O livro apresenta uma reflexão sobre um processo de construção do desenho de som. Estruturado sob a forma de relato de experiência e análise comparativa, discute o processo de criação sonora, levantando a questão da contribuição do desenho de som para o discurso narrativo cinematográfico.

Dividido em duas partes, temos na primeira uma explicação de um processo de edição de som de forma detalhada, discutindo a importância da pós-produção e a influência que esta exerce sobre o modo como o filme é percebido pelo espectador. Apresenta métodos e objetivos para edição de diálogos, foley e efeitos sonoros. 

Na sequência, temos a análise da pós-produção de som do filme Ensaio sobre a Cegueira, nos ambientes nos sound effects, e na música. O leitor encontrará cenas, situações, processos e eventos específicos, em que as técnicas e a aplicabilidade de cada elemento podem ser observadas com detalhes.”


Feb 22 2014

A Experiência do Cinema de Lucrecia Martel

A experiência do cinema de Lucrecia Martel

A Experiência do Cinema de Lucrecia Martel: resíduos do tempo e sons à beira da piscina (Ed. Alameda, 2014) é o mais recente livro nacional dedicado à reflexão sobre o som cinematográfico. A autoria é da pesquisadora Natalia Christofoletti Barrenha.

“Este é um livro de alguém que sabe escutar. É habitual encontrar críticos que saibam ver, mas é muito mais raro encontrar um crítico que saiba escutar. E este é um desses casos, porque quando Natalia escreve que “as pessoas são fragmentadas pelo enquadramento – os corpos se insinuam mais do que mostram, tal como os personagens sussurram mais do que verdadeiramente falam”, lê nesse sussurro uma lógica do desejo, das crenças e das classes sociais.

E faz com que o leitor perceba como, em um som, podem ser notados diferentes níveis de sentido. Porque, como vemos no livro, “o som é a melhor maneira de compartilhar a percepção de alguém”. Guiando-se no labirinto de Lucrecia Martel só pela massa de sons, a autora analisa a família e o catolicismo, chaves no mundo de Martel. E, de um modo mais inesperado, a influência dos westerns e dos filmes de terror e de classe B, o peso das narrativas orais de Salta e o diálogo com a literatura de Horacio Quiroga e Silvina Ocampo.

Este livro, de todos os modos, não se disfruta somente como crítica de cinema. Também pode ser lido como estudo de crítica comparada: não no sentido de que confronta a filmografia de dois países (Brasil e Argentina), mas em um sentido muito mais profundo. É o olhar de uma brasileira sobre a obra fílmica de uma diretora argentina. Sem declarações nem falsos dramatismos, Natalia observa e escuta com o frescor de uma estrangeira e a sabedoria de quem entende de cinema.”

Sobre a autora: Natalia Christofoletti Barrenha é doutoranda do programa de Pós-Graduação em Multimeios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no qual também desenvolveu sua pesquisa de mestrado – origem deste livro. É graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Estadual Paulista (Unesp/ Bauru).


Feb 17 2014

Sobre Som e Narrativa

Em maio de 2013 a cineasta argentina Lucrecia Martel, conhecida por realizar filmes com sofisticadas relações audiovisuais e estar sempre atenta ao potencial do elemento sonoro em suas obras desde o roteiro, realizou um workshop no 5° Encontro Ficção Viva em Curitiba-PR com a seguinte descrição:


“Imersos no ar, como em uma grande piscina vazia de água, assim estamos. Nós crescemos entre conversas, ondas que viajam através do ar e nos rodeiam, nos atravessam. Mas nós consagramos nosso tempo ao olho. Existe uma maneira de construir o cinema a partir do som e, de todos os sons, aquele da língua mãe. Breve referência à construção do espaço visual baseado no som, e à escrita do roteiro em camadas.”
Lucrecia Martel


O projeto Ficção Viva publicou recentemente a transcrição deste workshop que está disponível para visualização online. Mais um rico material de consulta para aqueles que valorizam e querem expandir as possiblidades de criação audiovisual no cinema.