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Oct 9 2017

Entrevista com o Sound Designer Waldir Xavier – Parte 2

“Acho que entra muito nessa formação de pensar os ambientes como definição do espaço sonoro e de isso ser muito ligado a toda minha trajetória pela edição de imagem, valor de plano, decupagem, como decupar o som dentro de uma sequência, não é um ambiente só numa sequência inteira. Então é toda essa interação que vem muito pela montagem e pela dramaturgia.”

Waldir Xavier 

  1. PROCESSO DE REALIZAÇÃO – NO QUARTO DE VANDA

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No quarto de Vanda (2000) de Pedro Costa.

 

Guilherme Farkas: Comente um pouco sobre o processo do No Quarto de Vanda (2000) do Pedro Costa. Como você já adiantou na crítica da Cahiers du Cinema que foi abordado o som, neste filme o som tem um papel super importante. Cria espaço, cria angústia, cria conflito. Se quiser falar um pouco da sua relação com o Pedro Costa

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Oct 3 2017

Entrevista com o Sound Designer Waldir Xavier – Parte 1

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“Então é toda essa interação que vem muito pela montagem e pela dramaturgia. Acredito muito nessa experiência sensorial, da importância do som como experiência física, afetiva, hipnótica, não mensurável e não controlável… Aí é realmente onde eu tenho mais prazer no trabalho de concepção de som.” 

Waldir Xavier  

  1. PERCURSO

Guilherme  Farkas – como foi sua formação e percurso em cinema?

Waldir Xavier – Você falou sobre percurso… Eu fui por várias áreas na verdade. Sendo mais direto, em termos de faculdade eu fiz jornalismo, comunicação. Mas quando eu fiz comunicação já era pensando um pouco em cinema. Eu entrei na faculdade em 1986 mas já meio pensando em cinema. Na minha época funcionava assim, Cinema era dentro de comunicação social, podendo ser jornalismo, publicidade ou cinema. E cinema era só na UFF e eu passei na UFRJ.

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Aug 4 2017

O Som Ensimesmado: uma entrevista com O Grivo

O grivo 2

Formado por Nelson Soares e Marcos Moreira, O Grivo é um duo de músicos-sound designers cujo trabalho tem desdobramentos nas mais diferentes áreas, do cinema as artes plásticas. Essa multiplicidade de atuação, no entanto, não significa dispersão, muito pelo contrário. Todos esses diferentes elementos parecem se articular de maneira equilibrada no trabalho da dupla, marcado por um rigor interno muito grande e, ao mesmo tempo, muito simples. A relação entre o som e os delicados artefatos produzidos pelo O Grivo nos leva a uma experiência concreta da música: é como se pudéssemos tocá-la, percorrê-la, até mesmo ignorá-la momentaneamente para, em seguida, sermos novamente capturados por ela. Parecemos estar diante do que um filósofo zen chamaria de kono-mama ou sono-mama, palavra pela qual se entende que o significado de alguma coisa não é algo definido por algum tipo de articulação intelectual exterior a ela: “o significado está em ser apenas, transformar-se apenas, viver apenas.”

Rodrigo Maia Sacic: O trabalho de vocês tem inúmeras ramificações e me interessa saber como é que elas surgiram ao longo da carreira de vocês e como essas diferentes vertentes se inter-relacionam. Tudo bem se a gente começar essa entrevista esboçando um percurso cronológico?

Nelson- Claro, problema algum. A gente começou a dupla em 1990. Nessa época, a gente só tocava mesmo. Eu sou baterista. O Canário (Marcos) tocava guitarra elétrica nessa época. A gente usava um gravador também, onde a gente gravava umas bases e se apresentava assim. Poucos anos depois, a gente começou a construir umas traquitanas que produziam sons. Mas era uma coisa bem incipiente ainda, era tudo meio ready made

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