fbpx
Apr 2 2019

A Direção de Som / The Sound Design

Parte II da entrevista com o diretor de som português Vasco Pimentel realizada pelo sonidista Guilherme Farkas.

No segundo semestre de 2018 o diretor de som português Vasco Pimentel passou uma temporada de 8 semanas no Brasil. Em julho foi um dos convidados internacionais da 17ª FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) e esteve presente na abertura oficial do evento onde debateu seu recente trabalho como diretor de som no longa-metragem de Gabriela GreebHilda Hilst pede contato”. Logo em seguida foi para São Paulo onde passou 4 semanas trabalhando na captação de som direto do novo longa-metragem de Eliane Caffé, co-dirigido com Beto Amaral e Carla Caffé (atualmente em pós-produção). Na ocasião, Guilherme Farkas trabalhou como seu microfonista e assistente. Entre uma folga e outra, Guilherme teve a oportunidade de realizar uma longa conversa com esse que é um dos mais prolíficos e não convencionais diretores de som do cinema mundial.

Vasco se consolidou trabalhando com som tanto na captação quanto na pós produção, algo bastante raro no cenário do mercado audiovisual contemporâneo. Faz questão de dizer que não faz planos, não tem metas. Começou como assistente de Jean-Paul Mugel, lendário diretor de som francês que fez filmes de Clair DenisAgnes Varda entre outros. Vasco é fã confesso de Samuel Fuller, cineasta que inclusive teve a oportunidade de trabalhar junto em um de seus últimos longas-metragens. O diretor de som português tem em seu currículo mais de 140 longas-metragens e parcerias com cineastas como Miguel Gomes, Teresa Villaverde, Eugene Green, Manoel de Oliveira, Raúl Ruiz, João Cesar Monteiro, Werner Schroeter, Win Wenders, entre outros. Diz que cada vez mais tem encontrado cineastas interessados na utilização do som como ferramenta narrativa. É completamente apaixonado pela cultura e literatura brasileira.

A conversa foi dividida em 5 tópicos: I. À Escuta do Mundo, II. A Direção de Som, III. Captar Sons Para Filmes, IV. Parcerias e, finalmente, V. Cinema Brasileiro.

Mar 23 2019

À Escuta do Mundo!

No segundo semestre de 2018 o diretor de som português Vasco Pimentel passou uma temporada de 8 semanas no Brasil. Em julho foi um dos convidados internacionais da 17ª FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) e esteve presente na abertura oficial do evento onde debateu seu recente trabalho como diretor de som no longa-metragem de Gabriela GreebHilda Hilst pede contato”. Logo em seguida foi para São Paulo onde passou 4 semanas trabalhando na captação de som direto do novo longa-metragem de Eliane Caffé, co-dirigido com Beto Amaral e Carla Caffé (atualmente em pós-produção). Na ocasião, Guilherme Farkas trabalhou como seu microfonista e assistente. Entre uma folga e outra, Guilherme teve a oportunidade de realizar uma longa conversa com esse que é um dos mais prolíficos e não convencionais diretores de som do cinema mundial.

Vasco se consolidou trabalhando com som tanto na captação quanto na pós produção, algo bastante raro no cenário do mercado audiovisual contemporâneo. Faz questão de dizer que não faz planos, não tem metas. Começou como assistente de Jean-Paul Mugel, lendário diretor de som francês que fez filmes de Clair Denis, Agnes Varda entre outros. Vasco é fã confesso de Samuel Fuller, cineasta que inclusive teve a oportunidade de trabalhar junto em um de seus últimos longas-metragens. O diretor de som português tem em seu currículo mais de 140 longas-metragens e parcerias com cineastas como Miguel Gomes, Teresa Villaverde, Eugene Green, Manoel de Oliveira, Raúl Ruiz, João Cesar Monteiro, Werner Schroeter, Win Wenders, entre outros. Diz que cada vez mais tem encontrado cineastas interessados na utilização do som como ferramenta narrativa. É completamente apaixonado pela cultura e literatura brasileira.

A conversa foi dividida em 5 tópicos: I. À Escuta do Mundo, II. A Direção de Som, III. Captar Sons Para Filmes, IV. Parcerias e, finalmente, V. Cinema Brasileiro.
 
Em breve as próximas partes!

Aug 4 2017

O Som Ensimesmado: uma entrevista com O Grivo

O grivo 2

Formado por Nelson Soares e Marcos Moreira, O Grivo é um duo de músicos-sound designers cujo trabalho tem desdobramentos nas mais diferentes áreas, do cinema as artes plásticas. Essa multiplicidade de atuação, no entanto, não significa dispersão, muito pelo contrário. Todos esses diferentes elementos parecem se articular de maneira equilibrada no trabalho da dupla, marcado por um rigor interno muito grande e, ao mesmo tempo, muito simples. A relação entre o som e os delicados artefatos produzidos pelo O Grivo nos leva a uma experiência concreta da música: é como se pudéssemos tocá-la, percorrê-la, até mesmo ignorá-la momentaneamente para, em seguida, sermos novamente capturados por ela. Parecemos estar diante do que um filósofo zen chamaria de kono-mama ou sono-mama, palavra pela qual se entende que o significado de alguma coisa não é algo definido por algum tipo de articulação intelectual exterior a ela: “o significado está em ser apenas, transformar-se apenas, viver apenas.”

Rodrigo Maia Sacic: O trabalho de vocês tem inúmeras ramificações e me interessa saber como é que elas surgiram ao longo da carreira de vocês e como essas diferentes vertentes se inter-relacionam. Tudo bem se a gente começar essa entrevista esboçando um percurso cronológico?

Nelson- Claro, problema algum. A gente começou a dupla em 1990. Nessa época, a gente só tocava mesmo. Eu sou baterista. O Canário (Marcos) tocava guitarra elétrica nessa época. A gente usava um gravador também, onde a gente gravava umas bases e se apresentava assim. Poucos anos depois, a gente começou a construir umas traquitanas que produziam sons. Mas era uma coisa bem incipiente ainda, era tudo meio ready made

Continue lendo