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Feb 17 2020

Retrospectiva #5: aperta o play

Ao longo desta retrospectiva dos 10 anos de história do Artesãos do Som, algumas pessoas ficaram curiosas para saber mais sobre a minha experiência como profissional de som, uma vez que aqui comentei mais sobre minha trajetória como pesquisador, organizador/produtor de eventos sonoros e webmaster do Artesãos. Desta forma, atendendo a pedidos, vou aproveitar então para contar agora um pouco dos trabalhos sonoros que desenvolvi na prática ao longo da minha história pessoal, entusiasmado como produtor de sons.

Para contextualizar, aos 4 anos de idade iniciei meus estudos de musicalização aprendendo a tocar flauta e piano, aproveitando os ensejos de uma mãe musicista e professora de música. Aos 12 comecei a estudar bateria, aos 14 comecei a tocar violão e harmônica como autodidata e aos 15 comecei a compor e tive minha primeira banda de rock/blues. Abaixo, aos 15 anos em uma gravação caseira de um ensaio com essa minha primeira banda para um festival do colégio.

Participei de muitas bandas como compositor, guitarrista, gaitista e aos poucos comecei a explorar o universo da produção musical. Entrei na faculdade de Comunicação – Rádio e TV na UNESP com intuito de trabalhar com trilha sonora para produtos audiovisuais. Até então com a ideia limitada de achar que a trilha sonora é somente a música de um filme. Até que no segundo ano da faculdade tive a oportunidade de fazer a direção de som de um curta-metragem e pela primeira vez precisei me virar com a captação de som direto, edição de som e mixagem. Com pouquíssima noção técnica e de workflow me virei para construir toda a trilha sonora do curta-metragem que você confere abaixo. O som direto foi captado em single system (som e imagem gravados no mesmo suporte) com um mic direcional da Yoga, a edição de som e a “mixagem” no Adobe Audition em caixinhas de som de PC e a música em midi no Reason. Tudo de forma autodidata e com pouquíssimo respaldo tecnológico. Apesar de adorar o conceito sonoro do filme, meus aprendizados/desafios maiores foram claramente nas etapas de captação de som direto, edição de som e mixagem.

Paralelamente, com a vontade de aprender mais sobre áudio, me tornei técnico de som de uma banda sertaneja e também continuei os trabalhos musicais até que tive a oportunidade de produzir um single da minha banda de faculdade, o que abriu portas para adentrar na rotina de estúdio e explorar o potencial de alguns equipamentos pouco acessíveis pra mim na época.

Uma grande virada aconteceu quando fiz um curso de acústica que expandiu meus ouvidos e afinou a escuta, me preparando para me lançar na capital paulista em meio ao universo sonoro do audiovisual. Quando cheguei em São Paulo, estagiei na Casablanca Sound, depois fui assistente de estúdio na Input-Arte Sonora e aprimorei meu trabalho de som em filmes com meus amigos Gustavo Nascimento, Fernando Henna e Daniel Turini na Confraria de Sons & Charutos. Foram eles que me deram a oportunidade de trabalhar em uma diversidade de projetos (longas, curtas, animação, documentários, TV, publicidade, arte sonora) como microfonista, editor de diálogo, foley, ambientes, FX, etc. Você pode conferir alguns desses projetos AQUI ou no meu IMDB.

Até que novamente tive a oportunidade de fazer a direção de som de um documentário que me possibilitou explorar melhor o potencial sonoro na narrativa, desta vez com melhor aparato técnico. Um privilégio de poder pensar o som desde o início do projeto integrado com a direção e produção do filme. O maior aprendizado técnico aqui foi em relação a masterização e os múltiplos formatos de entrega do áudio. Abaixo você confere o resultado deste trabalho:

Depois de alguns anos imerso em estúdio de pós-produção de som, tive a oportunidade de criar uma webrádio para uma comunidade onde resgatei o conhecimento adquirido na graduação e tive uma grande liberdade criativa para construir a grade de programação, os roteiros e a produção sonora dos programas. Abaixo você confere o que mais gostei de produzir:

Neste contexto, depois de anos voltei a tocar e participei de um projeto ousado ao lado de grandes músicos, “O Concerto da Alma”, com a banda “Os 5 Elementos”. Uma experiência que utilizou a música como forma de expansão da consciência e experimentação dos sentidos. Momentos que ficaram marcados na minha história. E assim sigo me inspirando para compartilhar um pouco de cada aprendizado aqui no Artesãos do Som.

Este post faz parte da série comemorativa dos 10 anos de Artesãos do Som. Grande abraço e até a próxima!
Bernardo Marquez

Retrospectiva #01: em busca de um lugar ao “SOM”
Retrospectiva #02: compartilhando aprendizados

Retrospectiva #03: entrosamento sonoro

Retrospectiva #04: em alto e bom SOM

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